quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Forrest Gump - Winston Groom



"My name is Forrest. Forrest Gump."

A obra inteira é uma viagem. Uma viagem através da mente de Forrest. Uma viagem histórica por uma América da Guerra Fria, da corrida espacial, da guerra do Vietnã, do surgimento do movimento hippie. Uma história de um sujeito que via o mundo de uma forma completamente diferente que os outros viam, e ele sabia disso.

Forrest Gump é um sujeito um tanto quanto retardado, e segundo o próprio, ser retardado não é nenhuma caixa de chocolates. Seu QI é baixo, e durante e infância sua mãe larga mão de muita coisa pra poder colocar o filho em uma escola decente, e não em uma de retardados. Infelizmente, o plano não dá muito certo. Mas, apesar de ser meio, digamos assim, "lento", Forrest Gump possui algumas capacidades imensas, como por exemplo, uma extrordinária capacidade lógica, fazendo-o jogar xadrex e resolver problemas complexos de matemática como ninguém. Há também a extrema capacidade musical de Forrest, e também sua capacidade atlética, que o faz ser um dos jogadores mais importantes do time de futebol americano da Universidade. Forrest também possui outras capacidades que são maiores que qualquer outra coisa, que são as capacidades de ver as coisas com os olhos que ninguém as vê, a capacidade de sonhar e realmente levar a sério o sonho, o máximo que puder. Forrest encontra o fantástico em cada pedaço da sua trajetória incrível, a capacidade do amor e da certa ingenuidade que olha para tudo. um mundo completamente diferente se encontra através dos olhos de Forrest Gump.

A vida de Forrest Gump acontece junto com os principais acontecimentos da história dos Estados Unidos do século XX, e o autor utiliza Forrest como algo para uma visão completamente inocente e cinica sobre o que foi aquela explosão de eventos pós Segunda Guerra Mundial. Forrest vai pra guerra, toca em bandas hippies, vai pro espaço, conhece presidente americanos (que são mostrados de forma cômica como idiotas), é lutador, é jogador de ping pong, vira empresário do ramo de camarões, é jogador de xadrez. Enfim, simplesmente uma fábula fantástica. E não posso deixar de esquecer que no fundo disto há uma história de amor da maneira mais sincera e ingenua possível. Jenny. Apesar de ter uma vida como qualquer um no mundo gostaria de ter, da forma mais intensa, louca e emocionante, Forrest ainda possuia sonhos, e um deles era poder ficar plenamente com Jenny. Mas sempre acontece algum evento após que faz Forrest revirar totalmente a sua vida e ir parar em outro canto do país ou do mundo. Entendem o que quero dizer?

Eu não poderia de deixar de fazer um pequeno paralelo com o filme, e devo dizer: Ambos são ótimos. Não, meu caro, o livro não é a mesma coisa do filme. Por sinal, o filme e o livro são bem diferentes. Não posso mentir, o livro é bem mais completo que o filme. Possui muito mais eventos, e as histórias e personagens desenrolam-se de maneira bastante diferente do filme. Mas o filme não perde a essência de Forrest Gump, e isso é o mais importante de tudo. O filme é simplesmente genial, assim como o livro. Não tem como dizer que o livro é melhor que o filme, ou ao contrário. A essência é a mesma, a genialidade e maestria são do mesmo tamanho. Mas se você, que assim como eu, é um adepto sem fronteiras daquele maravilhoso filme, não deixe mesmo de ler o livro, afinal, a vida é uma caixinha de chocolates, você nunca sabe o que vai encontrar.

"Vou dizer uma coisa: ser idiota não é nenhuma caixa de chocolates. As pessoas riem, perdem a paciência, são mesquinhas com você. Dizem que se deve ser atencioso com deficientes, mas vou dizer uma coisa: nem sempre é assim. Mas não me queixo, porque levei uma vida muito interessante por assim dizer.
Tenho sido um idiota desde que nasci. Meu QI está próximo de 70, o que me define, segundo eles. É provável que eu seja quase um imbecil ou, talvez, um retardado, mas, pessoalmente, prefiro pensar em mim mesmo como um débil mental, ou algo assim -e não um idiota-, porque quando as pessoas pensam em idiota, é certo pensarem naqueles idiotas mongolóides -aqueles que têm os olhos juntinhos como chineses, e babam à beça, e brincam com eles mesmos.
Bem, eu sou lento, disso não há dúvida, mas provavelmente sou mais inteligente do que as pessoas imaginam, porque o que se passa na minha mente é uma visão bem diferente da que vêem. Por exemplo, posso pensar coisas muito bem, mas quando tento dizer ou escrever, elas saem como uma espécie de gelatina, ou coisa parecida. Vou mostrar o que quero dizer.
Outro dia, eu descia a rua e um homem trabalhava em seu quintal. Ele tinha um monte de arbustos para plantar e me disse: "-Forrest, quer ganhar um dinheirinho?" - e eu disse: "-Ã-hã-", e então ele me põs para remover a sujeira. Foram uns dez ou doze carrinhos de sujeira, na hora mais quente do dia, transportando a torto e direito. Quando acabaei, ele tirou um dólar do bolso. Eu devia mesmo é ter ficado com muita raiva por causa do baixo pagamento, mas em vez disso, peguei o maldito dólar e tudo que disse foi "obrigado", ou algo pateta parecido e continuei a descer a rua, enrolando e desenrolando o dólar na mão, me sentindo um idiota.
Percebem o que quero dizer?"

That's all, folks!

Indicação do Luiz A. Jr.

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