domingo, 21 de outubro de 2012

Demian - Hermann Hesse


Pessoal, vamos começar. Minha primeira indicação vai para um vencedor do Nobel de Literatura, um alemão chamado Hermann Hesse, e o livro desta vez é Demian. Primeiramente, vamos falar do autor: Hermann Hesse nasceu em 1877 na Alemanha, em família extremamente religiosa, e inclusive estudou em seminários, mas não seguiu a carreira de pastor (o que era vontade de seus pais), abandonando a religião.Após romper com a família, fugiu para a Suíça, onde se naturalizou. Foi autor de inúmeros contos e poemas, grande parte destes (inclusive este livro) baseados na enfermidade de sua infância.

Demian foi lançado em 1919, e conta a história de um jovem de uma enorme confusão mental, perturbada pela moral, pela família e também pelo Estado. Somos apresentados a Emil Sinclair, filho criado em família extremamente religiosa, e sempre com os melhores preceitos da moral. Ainda na infância, Sinclair se vê completamente preso à um mundo em que não encontra respostas para suas indagações, e assim, começa a dividir o mundo entre o “ideal” e o “real”. O mundo chamado ideal seria o seu mundo paternal, o aconchego da casa, da família. O amor paternal. E o mundo real, seria o exterior, sombrio e desconhecido, mas altamente tentador. Conforme amadurece, o protagonista vê que infelizmente, o conceito de “mundo ideal” começa a desmoronar na sua frente, atacando-o com diversos conflitos.


Demian é pra mim um dos melhores livros existencialistas que já li. Trata de conflitos da transformação humana, sob diversos aspectos como o amor, a realidade, a tragédia. É influenciado por diversos elementos da psicanálise, e também apresenta muitas questões bíblicas, puramente existenciais, analisando e propondo diversas interpretações para a mistificação. Em 150 páginas, foi decerto um dos livros mais importantes de toda a minha vida, e que me fez de fato, reinterpretar tudo que estava ao meu redor, sejam emoções, relacionamentos, a moral. A tudo aquilo que nós, homens, estamos sempre presos.
Deixo aqui, um pequeno trecho do livro:

“A vida de todo ser humano é um caminho em direção a si mesmo, a tentativa de um caminho, o seguir de um simples rastro. Homem algum chegou a ser completamente ele mesmo; mas todos aspiram a sê-lo, obscuramente alguns, outros mais claramente, cada qual como pode. Todos levam consigo, até o fim, viscosidades e cascas de ovo de um mundo primitivo. Há os que não chegam jamais a ser homens, e continuam sendo rãs, esquilos ou formigas. Outros que são homens da cintura para cima e peixes da cintura para baixo. Mas, cada um deles é um impulso em direção ao ser. Todos temos origens comuns: as mães; todos proviemos do mesmo abismo, mas cada um — resultado de uma tentativa ou de um impulso inicial — tende a próprio fim. Assim é que podemos entender-nos uns aos outros, mas somente a si mesmo pode cada um intertar-se.”

That’sallfolks.
Indicação do Luiz A. Jr.

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