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Luiz: Conheço pouquíssimo, mesmo, de literatura contemporânea. Muito por falta de tempo e por não ter conhecido boa parte das coisas mais antigas que quero conhecer, mas do que já li, penso que meu escritor favorito atual dessa geração seja Reinaldo Moraes, que por sinal conheci há pouco tempo. Escritor paulistano (também tradutor), tem uma escrita assim, meio talking blues, abusando do livre arbítrio literário. Sua linguagem corre rápida e é desencanada, espontânea. Dá pra sentir o cheiro da vadiagem. Seus personagens são quase como nós e ele utiliza enormes vocabulários em sua escrita. Pra quem quiser conhecer, recomendo Tanto Faz.
Guilherme: Amo e acompanho o quanto posso de literatura contemporânea, principalmente a brasileira, o que me faz ficar em dúvida na hora de escolher um só. Mas vamo lá. A escrita desse cara, pelo que reparo com seus livros, tem muita ligação com o corpo. Sempre rola uma temática com um protagonista num tipo de conflito com
ele. Seja pra mostrar que ele tem uma habilidade ou pra enfrentar alguma coisa ou até levar isso como profissão. Só que isso acaba sempre rolando no contexto da narrativa e firma muito bem a história e a interpretação que podemos fazer do livro e das personagens. Acho que por isso, assim por cima, dá pra dizer que o cara tem um jeito direito de escrever, mas muito calculado, como se fosse um exercício físico. O cara é Daniel Galera. E claro que tem mais coisas além disso, mas é uma parada nos livros dele que sempre me chamou a atenção. Meu favorito: Mãos de Cavalo.
Bharbara: Meu escritor favorito contemporâneo é de Itaparica e ganhou o Prêmio Camões em 2008, seu nome é João Ubaldo Ribeiro. Eu já fiz uma resenha do Ubaldo, que foi sobre o livro 'A casa dos budas ditosos', livro super polêmico de sua carreira e que chegou a ser proibido em alguns lugares. Acredito que a escrita dele seja ácida e cheia de luxúria.
Heloísa: Olha, eu não leio muita coisa contemporânea principalmente pela falta de tempo de ficar de olho na cena atual da literatura. Por enquanto tô numa zona de conforto, lendo clássicos. Porém, meu favorito é o Haruki
Murakami, escritor de livros como 1Q84 (esperando ansiosamente pra emprestar o volume três!) e Norwegian Wood. A escrita dele é caleidoscópica, cheia de referências culturas, e tem uma narrativa super rápida, coisa de best seller mesmo, vira página - mas no caso DELE isso é super positivo, porque é algo ágil mas bem construído. Há um toque surrealista em muito do que ele escreve (como um universo com duas luas) e uma reflexão oculta sobre o estado das coisas na sociedade japonesa. É, no mínimo, uma leitura que prima pela originalidade.
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